O outro lado da lua

segunda-feira, maio 23, 2005

Num mundo longínquo (6)

Na embarcação respirava-se o sabor do mar recordando a Torms o sabor da sua infância. Em pequeno era seu costume entrar nas grandes pescarias de Sorgid, junto com seu pai. Ainda se lembrava da emoção que sentira quando viu, pela primeira vez, a rede sair do mar repleta de peixes a debaterem-se pela sua sobrevivência. Nesse momento, apercebeu-se do verdadeiro valor da vida, daquele sopro que irradia em cada ser e o leva a reagir face a qualquer situação de ameaça que envolva a integridade físico e/ou mental de cada um.
Também agora Torms estava a ser ameaçado e tinha de reagir... a rede era a escuridão em que o seu pequeno mundo entrara, logo teria que debater-se e rasgar essa rede. Por isso esta viagem. Ele sabia bem disso. Teria de deslocar-se à ilha do Paraíso. Lá encontraria outros cristais como aquele que tinha encontrado naquele dia e que guardara consigo. Teria de passar por determinadas provas para o guardião da ilha o deixar passar e isso aterrorizava Torms profundamente. Mas era a única maneira de devolver a luz a Sorgid e assim Torms prosseguiria até ao fim, nem que para isso pusesse em causa a sua própria vida.